Sábado da 2ª Semana da Quaresma
Evangelho – Lucas 15,1-3.11-32
A força do Amor de Deus por nós!
O Evangelho que a Liturgia nos apresenta para este sábado relata a parábola do Filho Pródigo, que, sem sombras de dúvidas, é uma das passagens bíblicas mais conhecidas pelos cristãos. Acredito que muitos de nós memorizamos esse conteúdo bíblico por que os três personagens da parábola, de certa forma, fazem referência com nossa vida pessoal.
Olhemos com atenção para as atitudes dos dois filhos que nos apresenta a parábola. O mais novo abandona a casa do seu pai, perde tudo o que possuía com uma vida desenfreada, marcada por muitos erros e pecados (cf. Lc 15, 13-15). Situação semelhante passa com qualquer um que começa a se distanciar de Deus, da casa de Deus que é a Igreja, e se lança nos braços do mundo. As consequências são sempre as mesmas: vida marcada por muitos pecados.
Entretanto, não poucos cristãos levam uma vida cheia de atitudes erradas e com muitos pecados, embora não tenham se distanciados da casa de Deus, como o filho mais velho da parábola (cf. Lc 15, 25-28). Infelizmente dentro de nossa Igreja tem muitos católicos que atuam como o filho mais velho que nos narra a parábola. São pessoas marcadas pela inveja, pelo ódio, pela falta de perdão, falta de amor ao próximo, incapazes de reconhecer seus próprios erros, pois sempre se colocam como juízes para julgar os erros dos demais. São pessoas que não abandonaram a Igreja, mas estão distantes da presença de Deus. Na verdade são católicos com atitudes hipócritas e que o profeta Isaías já exortava: “Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro” (Is. 29,13).
O melhor de tudo é saber que nós filhos, seja com atitudes do filho mais novo ou do mais velho que nos apresenta a parábola, temos um Deus tão amoroso como a atitude do pai misericordioso. Semelhante atitude desse pai, que esperava o retorno de seu filho que “estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado” (Lc. 15,24), e quando o reencontra o acolhe em seus braços, lhe retoma a dignidade com o seu perdão e faz uma festa por causa do seu retorno (Lc. 15,22-23), assim Deus age conosco pecadores. Da mesma forma que o pai vai ao encontro do filho mais velho e com o seu amor misericordioso ensina-o a ter misericórdia para com seu irmão que havia regressado, Deus nos ensina a amarmo-nos como Ele nos ama (cf. Jo 13, 34-35).
Deixemo-nos ser contagiados por esse amor divino com que Deus quer nos amar, pois somente recebendo a força deste Amor Santo é que poderemos nos converter, é que poderemos retornar a nossa essência, é que poderemos recuperar nossa verdadeira origem: ser filho de Deus. Que Nossa Mãe, refúgio dos pecadores, interceda a Deus por nós, a fim de que, este tempo quaresmal seja oportuno para a nossa conversão e santificação.
Que assim seja!
Padre Fláunei Alves Pereira
Em estudos de Direito Canônico na Espanha
Leituras: Mq 7,14-15.18-20 / Sl 102 (103)
Evangelho: Lc 15,1-3.11-32