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quinta-feira, 2 maio, 2024 - 08:01 AM

III Domingo da Quaresma

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Temos apenas uma fonte de vida, apenas um poço de salvação – Jesus Cristo

Nas regiões desérticas e áridas o poço é um instrumento de vida, que garante a sobrevivência do povo, com a água que dele jorra para matar a sede dos homens, dos animais e para irrigar as plantas. Não é por acaso que no deserto o povo murmura e quer apedrejar Moisés porque estava sedento: “O povo, sedento de água, murmurava contra Moisés…” (Ex 17, 3).

Onde não tem água não tem vida, onde não tem poço não tem água. Moisés, na prefiguração de Jesus Cristo, fere miraculosamente a rocha da qual brotou água “para o povo beber” (Ex 17 6), afim de conservar-lhe a vida. Esta rocha é símbolo de Jesus Cristo, nossa rocha espiritual, que do alto da cruz, na sua paixão, foi ferido no seu lado, do qual jorrou sangue e água. O sangue da Eucaristia e água do batismo, sacramentos sem os quais não podemos ter a vida eterna.

Este mesmo Cristo, fonte de água viva, aparece junto ao poço de Jacó, dialogando com a samaritana e lhe diz: “Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede” (Jo 4, 14). Somente Ele pode saciar nossa fome de vida, de amor, de salvação, de eternidade.

Todo ser humano carrega no seu coração uma sede de eternidade, que tantas vezes e de tantos modos procura saciar com outras águas, com as realidades deste mundo, mas sempre volta a ter sede. Sem compreender que fora de Deus não há nada que o homem possa escolher que dure para sempre ou que sacie a sede do seu coração. Onde temos procurado matar nossa sede de amor, de felicidade, de salvação, de vida eterna? Somente Jesus Cristo pode nos saciar, Ele é o poço, do qual jorra para nós graça e salvação.

De Jesus jorra para o mundo todo, agora não mais só para Israel, mas para toda a humanidade a água da vida eterna. Por isso o Senhor dialoga com a samaritana, para indicar que também os pagãos podem, em Jesus Cristo, saciar a sua sede de salvação, de amor, de felicidade.

A graça de Jesus Cristo nos abre o caminho da vida eterna: “E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (Jo 4, 14). Como é consolador ouvir essas palavras neste momento no qual a humanidade se vê aterrorizada pelo espectro da morte trazido por um vírus (coronavírus).

Se pararmos para pensar são tantos vírus de morte que rondam o mundo, sem sequer causar terror. Quantos pessoas mortas pelo vírus da violência, da incredulidade, da droga, da fome, da corrupção, da prostituição, do aborto, da eutanásia. Vírus que causam tantas mortes, mas que parecem não aterrorizar tanto o homem. Aliás, muitas legislações querem até tornar o acesso ou a aplicação de tais “vírus” uma lei. E o mundo não se escandaliza diante disso.

O homem não se escandaliza diante desses vírus mortais porque causam a morte de pessoas indefesas, escolhidas a dedo por quem tem ‘poder’: a criança não nascida, o idoso, o jovem sem perspectiva, o enfermo. Como também aprendeu a não mais se escandalizar com o vírus mortal do pecado. Mas porque o coronavírus causa tanto terror e medo? Porque mata indiscriminadamente independente da condição, da idade, da classe social. Revelando que o homem não tem poder nem sobre a vida nem sobre a morte. Como muitos homens do nosso tempo pensam ter.

Por fim, há muitos vírus mortais em nosso tempo, mas temos apenas uma fonte de vida, apenas um poço de salvação – Jesus Cristo, do qual provém a vida eterna. Ele sim tem poder sobre a vida e sobre a morte. Nele devemos depositar toda a nossa confiança, Ele pode saciar a nossa sede. Só Ele pode dar sentido à nossa vida, bem como à nossa morte. Sem Ele tanto a vida como a morte se tornam um absurdo. Que nesses dias intensifiquemos nossas orações por tantas famílias que choram pelos entes queridos feridos por tantos vírus mortais.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Êx 17,3-7 / Sl 94 (95) / Rm 5,1-2.5-8
Evangelho: Jo 4,5-42

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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