Quinta-feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
Evangelho – Lucas 11,47-54
“Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e a alguns, eles matarão ou perseguirão!”
(Lc 11,48)
Quando fomos batizados, somos consagrados com o óleo do crisma: sacerdotes, reis e profetas. Todo cristão trás em si a marca da profecia. Anunciar a Palavra com palavras e ações. Defender a fé em Jesus, como único Senhor e Salvador. Iluminar as consciências com a luz da verdade que vem de Deus. Orientar os pecadores, reconduzir os que estão distantes, denunciar os diversos males que afligem as pessoas de nosso tempo. Ser a boca de Deus diante de um mundo distante de Deus.
Os profetas na Tradição Bíblica foram homens profundamente sintonizados com Deus. Considerados homens de Deus. Enviados por Ele às realidades e situações mais difíceis da história da Salvação. Atuavam como a voz da consciência, sobretudo, quando de Deus o povo se distanciava. Eram defensores do Direito e da Justiça, sobretudo, em relação aos mais pobres.
A missão do profeta é exigente, amarga, solitária; por vezes, conflitiva e incomoda. São homens e mulheres de poucos amigos, muitos são os descontentes que levantam para sufocar, perseguir e matar o profeta. Pois o profeta não é enviado para agradar, mas para falar a verdade. O evangelho nos lembra de que mataram os profetas. Aqueles que se sentem incomodados os condenam ao silêncio, “calam sua boca!” Excluem dos centros de decisão e formação da consciência, os caluniam, os desacreditam, assim até que morrem. Chega então o momento de erigir aos profetas o tumulo e, de lhe organizar homenagens, quando já não incomodam. Temos alguns profetas de nosso tempo que gozam de fama universal: Papa Bento XVI, Madre Tereza, Santa Dulce dos Pobres, Dom Oscar Romero, São João Paulo II, São João XXIII, e tantos outros defensores da Fé, da vida humana, família, Igreja. Foram nosso calo na consciência. Ainda nos lembramos de seus ensinamentos e denuncias? Temos aplicado o que nos fizeram ver? Nossa geração também deverá prestar contas a Deus pela morte e indiferenças aos profetas. Embora seja preciso reconhecer que a Luz dos profetas parece enfraquecida na Igreja e no mundo atual. Mas, não perdemos a esperança, pois, quem cuida seguirá amparando e cuidando da Igreja e do mundo: Jesus, nossa Luz e Salvação!
Assim compreendemos que, se formos de Deus, se vivermos de maneira cristã, acabaremos por incomodar. É esse incômodo que pode salvar almas. Na verdade, não somos nós que incomodamos, é o Evangelho que vivemos a luz de Deus que está em nós.
Que Deus suscite e sustente os profetas do nosso tempo!
Vida que segue!
Pe. Pedro Nogueira da Silva Filho
Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Água Fria de Goiás