Sábado da 3ª Semana da Quaresma
Evangelho – Lucas 18,9-14
A oração que agrada a Deus!
Infelizmente o mundo passa por uma grave situação de pandemia que está trazendo a todos um novo modo de viver, pois uma das adaptações que devemos fazer para superação dessa enfermidade mundial é reduzir ao máximo nossa vida ao recinto de nossa casa. Dentro deste contexto, até as Igrejas em todo mundo estão buscando novas formas de manter viva a fé dos povos, agora sem a presença física de seus fiéis, que normalmente ocupavam os bancos dos templos e alegravam os olhos de seus pastores em ver as Igrejas cheias.
Realmente os últimos meses tem se tornado em uma autêntica batalha e ainda é um grande desafio não entrar em desespero e guardar a fé em Deus, que é sustentada pela oração. Entretanto, em meio ao caos, Deus vai aos poucos mostrando Sua Sagrada Face. Mediante tantas notícias de dor, revoltas e sofrimentos, Deus vai derramando suas graças de forma abundante, pois muitos de nós, cristãos católicos, estamos dedicando tempo para rezar, pois a necessidade é urgente e as circunstâncias deste momento afeta a todos.
Interessante ressaltar que estamos encontrando tempo para rezar, alguns estão voltando a rezar e a grande maioria está aprendendo a rezar. Melhor dizer: estamos aprendendo a rezar. Pois em grande maioria, nós pensávamos estar rezando, enquanto, na verdade estávamos buscando ser vistos, admirados, elogiados, etc. qualquer coisa fazíamos, menos rezar. Embora estivéssemos dentro da Igreja certamente muitas de nossas orações não passavam do teto, pois não falávamos com Deus e sim com nós mesmos. O Evangelho deste sábado nos mostra que deste mesmo modo rezava o fariseu dentro do tempo (Lc 18,11-12), e sua oração não foi do agrado de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A oração que agrada a Deus é aquela realizada em seu verdadeiro significado. A oração deve ser um diálogo com Deus, onde em nossa conversa com o Altíssimo apresentamos a Ele nossas preces, súplicas, louvores e agradecimentos. A oração é sobretudo um ato de humildade, pois nos prostramos diante do nosso Único e Eterno Senhor. A oração é o ato de rebaixamento de nossa condição limitada de criatura diante do poder soberano de nosso Deus. Quem assim faz suas orações, a exemplo do cobrador de impostos (Lc. 18,13), alcança muitas graças divinas.
Que neste tempo, em que muitos estão redescobrindo o gosto pela oração, possamos ser beneficiados por inúmeras graças em favor do mundo. Que possamos rezar com fé e principalmente rezar de forma que nossas orações sejam agradáveis a Deus, que atravessam as nuvens, que chegam aos céus e propiciem abundantes graças. Que nossas orações possam ajudar a transformar essa situação mundial, trazer a saúde aos nossos corpos e a purificação de nossa alma. Rogai por nós, óh! Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos de alcançar as promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Que assim seja!
Padre Fláunei Alves Pereira
Em estudos de Direito Canônico na Espanha
Leituras: Os 6,1-6 / Sl 50 (51)
Evangelho: Lc 18,9-14