Sexta-feira da XXIX Semana do Tempo Comum
Evangelho – Lucas 12,54-59
A conquista do bem
São Paulo vivia neste dilema de querer o bem, porém aceitava o mal: “não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Cf. Rm 7,18-25a). Não obstante, também eu me sinto representado por este santo. Confesso que o bem me é uma estranha vontade de já o possuir sem excluir, todavia, que minha posse é o mal. Vou tentar fazer neste espaço um estudo do bem, o bem como oposto do mal.
O primeiro passo para esta busca do bem é ir beber na fonte do filósofo e teólogo Santo Tomás de Aquino na sua obra “O Bem: questões disputadas sobre a verdade – questão 21” que nos direciona para os braços de Santo Agostinho que afirmava: “enquanto Deus é bom, somos; enquanto verdadeiramente somos, somos bons” (Agostinho, De Doctrina Christiana, I, c. 32: PL, 34, 32). O homem é bom por natureza, pois sua essência é boa.
Somos bons participando da bondade de Deus que “não pode fazer algum ente que não seja bom, porque o que é pelo bem é bom, como é claro por Boécio no livro Sobre os Sete dias” (Boécio, De Hebdomadubus: PL 64, 1311-1312).
Porém não se pode esquecer que há “diferença entre a bondade de Deus e a nossa” (Santo Tomás de Aquino, O Bem, p. 71, 2015). “Deus é bondade pura” como nos ensina Santo Tomás de Aquino (O Bem, p. 34, 2015).
O filósofo Aristóteles diz que “definiram otimamente o bem dizendo que o bem é o que todas as coisas apetecem” (Aristóteles, Livro I da Ética: Ethica Nicomachea, I, c. 1, 1094 a 3).
O homem, por fim, deseja e precisa seguir o bem: “Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho” (cf. Lc 12,54-59). Isso porque o mal já ficou marcado na história restando tão somente a conquista do bem.
Pe. Joacir S. d’Abadia
Pároco da Paróquia São José e Adm. da Paróquia Santa Luzia
Formosa-GO