Sexta-feira da XXI Semana do Tempo Comum
Evangelho – Mateus 25,1-13
Como irradiar confiança na administração sacramental e econômica da Igreja
Compartilho com cada um de vocês a Palavra de Deus que nos ensina, antes de qualquer coisa, a amar. Que seja um amor maduro capaz de sofrer muito por amar sem medidas. Não se pode amar a Palavra de Deus com um “amorzinho”, senão seremos tratados como “imprevidentes” (cf. Mt 25, 1-13). Na Oração Eucarística 6-B rezamos a Deus pedindo que tenhamos um amor previdente, um amor que enxerga a necessidade do nosso irmão: “possamos irradiar confiança e alegria e caminhar com fé e esperança pelas estradas da vida”. Vejamos como podemos irradiar, transmitir e levar amor previdente à vida das pessoas.
É um grande desafio que enfrentamos para fazer com que as pessoas tenham confiança no Jesus que pregamos; no amor que vivemos; na oração que fazemos; nas curas e revelações que alguns anunciam; na doutrina que ensinamos e na salvação da alma que a Igreja prega. Tudo isso se torna um grande desafio uma vez que muitos desconfiam da administração sacramental e econômica do clero, e, obviamente da Igreja.
Não obstante, os últimos fatos ainda contribuíram e contribuem para o fortalecimento desta desconfiança. Mas não se preocupe, pois a desconfiança que o clero e a Igreja enfrenta não é apenas na questão financeira. As pessoas desconfiam até mesmo da real necessidade de se ter fé!
Por outro lado, um número muito significativo de leigos não confiam na nossa vivência celibatária. Você sabia disso? Eu que o diga! Não raras as vezes nas conversas de famílias católicas surgem a questão do celibato sacerdotal como se os desafios fossem para eles, quando na verdade, o que fazem, sem se notarem, afastam do significado próprio desta vivência porque mesmo que uma pessoa não confie na nossa vida celibatária, ela é uma grande oferta a Deus uma vez que temos que ir contra toda a desconfiança da mídia sexualizada.
Nosso celibato é confiança em Deus, Do qual podemos “irradiar confiança” às pessoas desesperançadas com todos os tipos de amor apresentados pelo mundo doente, o pós moderno. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa” (CIC, 2347). O Papa Emérito Bento XVI em uma homilia fez declarações a respeito do celibato: “Os sacerdotes, religiosos e religiosas, com o voto de castidade no celibato, não se consagram ao individualismo ou a uma vida isolada, mas sim prometem solenemente pôr totalmente e sem reservas ao serviço do Reino de Deus as relações intensas das quais são capazes”.
Onde repousa desconfiança não se consegue habitar a alegria. A desconfiança gera dúvida, essa causa fechamento para o sagrado levando o fiel perder sua fé. Nossos fieis estão se tornando pessoas tristes, frias na fé, sem ânimo para lutar contra este mundo cheio de pessoas que odeiam o sagrado e vivem a amargura da fé que cada um cria por optarem pela ilusão desta vida sem a perspectiva da busca vertical: o homem que busca Deus.
Não conseguimos “irradiar confiança e alegria” ao passo que alguns preferem ser imprevidentes para não se comprometerem com o amor que transmita esperança. Todavia, não vamos deixar de “caminhar com fé e esperança pelas estradas da vida”, anunciando a verdade, “Uma vez que Deus nos achou dignos para que nos confiasse o evangelho, falamos não para agradar aos homens, mas a Deus, que examina os nossos corações. Bem sabeis que nunca usamos palavras de adulação, nem procedemos movidos por disfarçada ganância” (1Ts 2,1-8). Resta-nos rezar com a “Oração do dia”: “Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias”.
Pe. Joacir S. d’Abadia
Pároco da Paróquia São José e Adm. da Paróquia Santa Luzia
Formosa-GO
