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quinta-feira, 9 maio, 2024 - 11:36 AM

Segundo Domingo do Advento

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“Produzi frutos que provem a vossa conversão” (Mt 3, 8)

A vinda gloriosa do Senhor no fim dos tempos é uma verdade cujo momento da sua realização nos foi ocultado pela pedagogia divina, afim de que não nos ocupássemos com inquietações inúteis e indevidas. Como de fato muitos tem se ocupado, querendo perscrutar os mistérios divinos, afim de conhecer o dia e a hora da sua vinda gloriosa.

Esta postura não é digna do cristão, pois não nos importa saber o dia e a hora na qual o Senhor virá, nos importa ser fiéis a Ele. O que importa é como estamos vivendo, como estamos nos preparando para o encontro glorioso com o Senhor. De nada nos adiantaria saber o dia da vinda gloriosa do Senhor se não estamos abertos à graça da conversão. Querer conhecer aquilo que Deus não nos revelou é um grave sacrilégio.

O Senhor espera de nós uma conversão que não seja apenas da boca para fora, mas uma conversão cujos frutos possam ser vistos. Como podemos ver na advertência que São João Batista dirige aos fariseus e mestres da Lei “Produzi frutos que provem a vossa conversão” (Mt 3, 8).

Esta repreensão de São João Batista se explica porque os fariseus foram procurar o seu batismo de conversão não movidos por arrependimento sincero, mas movidos por medo da ira de Deus e por interesse. Este modo de agir dos fariseus e mestres da Lei é semelhante ao agir daqueles que são católicos da boca para fora, mas cuja vida está longe de Deus, dos seus mandamentos, da Igreja, do evangelho.

A conversão verdadeira é marcada, sobretudo, pelo arrependimento sincero dos próprios pecados, pelo reconhecimento da proximidade do Reino de Deus, pela adesão sincera a Nosso Senhor Jesus Cristo. Somente os homens podem ser enganados com manobras exteriores, para Deus conta a transformação interior dos corações e das intenções. Pois Ele nos conhece a partir de dentro.

A vida que levamos é a manifestação da qualidade da conversão que estamos vivendo. O que Senhor espera de nós é uma conversão a Ele, no reconhecimento da sua grandeza, assumindo a nossa pequenez. Conforme a anúncio de São João Batista no deserto da Judeia, a conversão requer uma urgência, porque estamos no tempo da graça, mas o tempo da justiça divina não tarda a chegar.

E, diante do Senhor que vem, não basta o medo e a esperteza dos fariseus e mestres da Lei, se requer corações movidos pelo amor, pela sinceridade, vidas transformadas pela graça de Deus. A vida e as obras de quem procura a Deus por medo, por esperteza, por oportunismo, por interesse, com displicência, são como palha que será recolhida e se “queimará no fogo que não se apaga” (Mt 3, 12). Ou seja, não tem consistência, está destinada à destruição.

Por outro lado, a vida e as obras daqueles que reconhecem a proximidade de Cristo, que se abrem à sua graça, que passam esta vida procurando servir a Cristo e aos irmãos, que reconhecem a grandeza de Deus e a sua pequenez, são como trigo, que será recolhido no celeiro. Ou seja, permanecerá para sempre.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 11, 1-10/Sl 71 (72)/Rm 15, 4-9
Evangelho: Mt 3, 1-12

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