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segunda-feira, 20 maio, 2024 - 08:11 AM

Primeiro Domingo do Advento

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“Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44)

Com a celebração de hoje a Igreja marca o início de um tempo de alegre expectativa – o tempo do advento. No qual somos chamados a uma maior vigilância, a um empenho mais sincero na conversão, na fidelidade e na adesão a Nosso Senhor. Um tempo litúrgico cujo centro é ocupado pela vinda do Senhor, chamando-nos à certeza de que Ele veio, vem e virá. Neste sentido podemos falar de três vindas do Senhor: a primeira vinda, Sua encarnação, Seu natal; uma vinda intermediária, nos sacramentos, na Palavra, no próximo, nos acontecimentos; e a segunda vinda em glória.

A primeira vinda na mais absoluta humildade, na sua encarnação, num estábulo, completamente alheio ao mundo, que não reconheceu a visita de Deus, a não ser uns desconhecidos pastores que, guiados pela estrela vieram ao encontro do Menino Jesus. É assim, o mundo ocupado com suas agitações, com suas ambições, tem dificuldade em reconhecer a visita de Deus.

O prefácio da celebração de hoje nos diz que, nesta primeira vinda, o Senhor veio “Para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação” (Prefácio I). Ou seja, o Senhor veio para salvar e manifestar a humanidade inteira, mas nem todos O acolheram. Como nos diz o evangelho: “Veio para o que era seu e os seus não o acolheram” (Jo 1, 11). Ou ainda: “…a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3, 19).

Esta rejeição ao Senhor continua em todos os tempos. Quantos hoje preferem permanecer nos seus pecados do que se confessar, suplicar de Deus o arrependimento sincero e voltar à eucaristia. Quantos que no dia de Domingo, dia do Senhor, preferem servir aos ídolos deste mundo, do que dedicar-se um pouco tempo à Santa Missa, à oração, ao convívio familiar, ao apostolado. Muitos se esquecem que rejeitar Nosso Senhor é rejeitar o amor, a salvação.

Podemos falar também de uma vinda intermediária do Senhor, é a que experimentamos no quotidiano da vida da Igreja, Cristo que vem a nós nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia. Mas também na Palavra, na oração, no próximo, nos acontecimentos. Percebe, reconhece e acolhe esta vinda intermediária do Senhor quem se abre à graça sobrenatural da fé.

Vive intensamente nesta presença-vinda intermediária do Senhor aqueles que acolheram na fé a sua encarnação e que aguardam com esperança sua vinda gloriosa. O que a Igreja resume de modo muito feliz na sua liturgia: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!

Assim há de ser a vida dos que pertencem a Cristo neste mundo. Uma vida que proclame a paixão e a morte redentora do Senhor, que proclama sua vitória sobre a morte – a ressurreição. E que espera e suplica com alegria pela sua vinda gloriosa: “Vinde, Senhor Jesus!”

Toda esta tensão entre o veio, vem e virá (passado, presente e futuro) encontra-se encerrado na celebração da Eucaristia, na Divina liturgia da Igreja, memorial da paixão e morte do Senhor. Banquete dos que aguardam a vinda gloriosa do Senhor e a ressurreição no último dia.

Na sua vinda gloriosa o Senhor virá “Para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos” (Prefácio do Advento I). Enquanto a primeira vinda foi uma vinda de salvação para todos, a segunda vinda será uma vinda de recompensa para os justos, os que perseveraram no amor, no bem, na verdade e na graça. Porém, para os ímpios, incrédulos será uma vinda de julgamento, de condenação, pois não poderão entrar na Vida eterna, aqueles que não acolheram pela fé o Senhor da vida.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 2, 1-5/Sl 121 (122)/Rm 13, 11-14a
Evangelho: Mt 24, 37 -44

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