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quinta-feira, 21 novembro, 2024 - 03:26 AM

Solenidade da Epifania do Senhor

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“Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2, 1)

A solene liturgia da Epifania do Senhor nos coloca diante da mais elevada virtude da religião – a adoração devida a Deus que se revela em seu Filho Jesus Cristo. Diante do mistério de Deus revelado em Cristo, o homem se curva silenciosamente em adoração, deixando-se envolver pela presença divina.

A adoração é devida única e exclusivamente a Deus. De modo que os magos do oriente, ao procurarem Jesus recém-nascido para adorá-Lo, professam a fé na sua divindade. A palavra de Deus dá testemunho disto dizendo: “Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2, 1). Que Belo exemplo de virtude a destes magos anônimos.

É também sob o pretexto de ir adorá-Lo que Herodes, o ímpio, quis convencer aos magos a dizer onde estava o Menino Deus. Contudo, avisados em sonho, seguiram por outro caminho.

A Igreja está no mundo como a estrela da noite de Natal, em meio a escuridão do mundo, a fim de conduzir os homens a Cristo Nosso Senhor para poderem adorá-Lo. Hoje são numerosos os fiéis que procuram Cristo por razões muito estranhas e alheias à fé: por milagres, outros à procura de sorte, de prosperidade, de riqueza, outros para resolver seus problemas. No meio desta confusão numerosos fiéis já não adoram mais o Senhor porque estão fechados no horizonte das suas preocupações imediatas. Apenas procuram a Cristo, a Igreja, a oração, porque querem se sentir bem e resolver seus problemas, mas se esquecem de adorar o Senhor.

Os magos nos ensinam uma via diferente, antes de pedirem ao Menino Deus qualquer coisa, foram Lhe presentear e honrá-Lo com sua adoração. Com este simples gesto eles nos ensinam que a grandeza de ser cristão não consiste em pedir a Cristo que Ele resolva nossos problemas e necessidades, mas em dar a Ele a nossa adoração, reconhecer a sua divindade, dar a ele o que temos de melhor e de mais valioso.

Seria belo e revolucionário se os fiéis se recolhessem em silêncio aos montes em nossas igrejas e capelas para adorar o Senhor no sacrário, sejam nos momentos que precedem a santa missa, seja em qualquer dia ou em qualquer horário. Em nossas igrejas está presente o mesmo Jesus que os magos adoraram em Belém, em corpo, alma e divindade nas espécies eucarísticas.

Isto abalaria o mundo indiferente e descrente, pois o homem curvado de joelhos diante do Senhor testemunha que Ele habita nossas igrejas, habita o mundo, habita o coração dos fiéis. Testemunhariam o primado e o senhorio de Cristo sobre todas as coisas. Precisamos redescobrir o valor e a importância da adoração.

Mas o que, é adorar? “Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer ‘o nada da criatura’ a qual não existe e não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que seu nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem do fechamento em si mesmo, da escuridão do pecado e da idolatria do mundo” (CCE, 2097).

Dado o significado da adoração, compreendemos que, à medida que o homem se afasta da adoração devida a Deus, ele se encerra na soberba, na prepotência, no endeusamento de si mesmo, na exaltação de si e no desprezo dos outros, na escravidão do pecado e dos vícios. Não é por acaso que se multiplicam os casos de pessoas que se acham no direito de humilhar os outros fiados em seu status social, origem étnica e outros. O mundo que se afasta da adoração de Deus se transforma no mundo dos prepotentes. O mundo curvado sob a adoração de Deus é o mundo dos humildes, como a Virgem Maria, que reconhecem que somente Cristo é Senhor, e somente a Ele devemos servir.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos


Leituras: Js 60, 1- 6/ Sl 71 (72)/ Ef 3, 2 – 3a
Evangelho: Mt 2, 1 -12

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