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domingo, 28 abril, 2024 - 20:38 PM

Solenidade da Epifania do Senhor

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“Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram” (Mt 2, 11)

Viver a Solenidade da Epifania do Senhor é celebrar a certeza que Deus não é um desconhecido, porque se manifestou ao mundo em seu Filho Jesus Cristo. Aquilo que os justos, os profetas e os homens piedosos das gerações passadas desejaram ardentemente conhecer foi manifestado a nós para a nossa salvação: “Revelastes, hoje, o mistério de vosso Filho como luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação” (Prefácio).

Deus se manifesta ao mundo em seu Filho Jesus Cristo por sua bondade e misericórdia. Pois não havia nada nem em Deus nem fora Dele que O obrigasse a se revelar. Assim, Cristo Luz é o rosto de Deus que vem para dissipar todas as trevas, sejam aquelas que dominam sobre o mundo, sejam aquelas que obscurecem o coração do homem: a mentira, a incredulidade, o medo, o ódio, a ambição, a violência, a corrupção.

A solenidade de hoje nos coloca diante do evento que marca a distinção entre o Cristianismo e toda e qualquer outra religião – a encarnação de Jesus Cristo. Porque enquanto todas as outras religiões resultam da ação do homem que procura a Deus, o Cristianismo é o resultado de Deus que vem ao encontro do homem, “E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).

Jesus Cristo é Luz como Ele próprio se apresenta: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12). Cristo é a Luz que dissipa até mesmo as sombras da morte. Quando seguimos a Jesus Cristo caminhamos na luz. Quando seguimos nossas próprias vontades, nossos caprichos ou as seduções do mal, caminhamos nas trevas. Não podemos simultaneamente viver na Luz e servir as trevas, como muitos que se declaram católicos, até mesmo são batizados, vão à missa no domingo; no entanto, praticam simultaneamente falsas religiões, cultivam doutrinas ocultas, não adoram o Senhor, são desonestos nos seus negócios, não respeitam nem honram suas famílias, promovem e vivem segundo a cultura pagã. Ou somos da luz ou somos servidores das trevas.

Cristo Luz se manifesta ao mundo para a nossa salvação. Sua manifestação, como toda ação, suscita da parte do homem reações. A reação mais nobre e mais elevada diante de Deus que se manifesta em Jesus Cristo é a adoração, cujo sinal externo mais representativo é o ajoelhar-se diante de Jesus Cristo, como os magos aos se depararem diante do Menino Deus: “Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram” (Mt 2, 1-12).

Por isso nos ajoelhamos diante de Jesus Cristo que se faz presente em corpo, alma e divindade, na Eucaristia. Seja no momento da consagração na Santa Missa, seja no culto eucarístico fora da celebração Eucarística. Diante da Eucaristia estamos diante de Jesus sacramentado, não nos permitamos perder este profundo gesto de adoração diante do Senhor. Diante de Deus que se revela o homem de fé, curva o seu joelho como sinal externo de sua adoração, da sua humildade, de submissão, abandono e obediência à soberania de Deus.

Até mesmo o demônio reconhece o profundo significado do ajoelhar-se como gesto de adoração. Tanto que ao tentar Jesus no deserto quis convencê-Lo a ajoelhar-se diante de si, o que constituiria um ato de idolatria: “Dar-te-ei tudo isso se, prostrando-te diante de mim, me adorares” (Mt 4, 9). A única criatura incapaz de ajoelhar-se diante de Jesus Cristo é o demônio e aqueles que lhe pertencem, porque sua soberba não lhe permite reconhecer que exista um Ser que seja superior a si. Enquanto que aquele que se ajoelha num gesto de adoração e humildade, reconhece sua pequenez, reconhece que está diante de Alguém que é muito maior.

Por fim, encontramos em Maria e José o profundo testemunho de adoração diante do Menino Deus. O mesmo podemos dizer dos magos. O mesmo não podemos dizer de Herodes que, dominado pela soberba, sentido se ameaçado em sua pretensa grandeza, procura o Menino Deus não para adorá-Lo, mas para matá-Lo, porque era incapaz de reconhecer a soberania de Deus. Todos aqueles que se negam a adorar Jesus Cristo, rejeitam a Luz e se fazem servidores das trevas. Todos aqueles que com humildade reconhecem a soberania de Jesus Cristo sobre suas vidas se colocam na Luz e rejeitam as trevas.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 60, 1-6 / Sl 71 (72) / Ef 3, 2-3ª.5-6
Evangelho: Mt 2, 1-12

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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