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quinta-feira, 21 novembro, 2024 - 03:26 AM

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo

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“Quando o Filho do homem vier em sua glória…” (Mt 25, 31)

Esta solenidade de hoje, de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo, nos coloca diante do mistério de Cristo como Pastor, Sacerdote eterno, Rei e Juiz. O que não deixa de ser uma realidade contrastante com o mistério do Seu natal que se aproxima. Nesta solenidade sobressai Nosso Senhor na sua glória, no seu esplendor, na sua majestade e divindade. No natal sobressai a sua pequenez, sua humildade, sua humanidade, sua fragilidade. Mas um aspecto não se separa do outro.

Não se trata de dois Cristos, é O mesmo e único Senhor, no realismo da sua divindade e no realismo da sua humanidade. Daí que professamos que Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A proximidade destas duas grandes solenidades – Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo e o seu Natal – no lembra que aquele que acolhe Cristo na sua pobreza, na sua humildade, na sua humanidade, não deve temer a sua vinda gloriosa como Rei e Senhor do Universo.

Esse acolher Cristo pela fé em nossa vida assume contornos muito concretos segundo a indicação do evangelho: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o estrangeiro, vestir o nu, cuidar dos doentes, visitar os prisioneiros. As obras de misericórdia corporais e espirituais são os sinais daqueles que pertencem ao rebanho cujo pastor supremo é Cristo.

Pelo contrário, os que ignoram os famintos, os sedentos, os doentes, os nus, os estrangeiros, os prisioneiros, não serão reconhecidos como ovelhas do seu rebanho, antes serão vistos como cabritos, como malditos. Que apesar de aparentarem serem ovelhas são impostores. Para estes a condenação é severa: “Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos”
(Mt 25, 41).

No momento presente ovelhas e cabritos, crentes e descrentes, pecadores e santos, virtuosos e pecadores, fiéis e infiéis convivem todos no mesmo rebanho. Mas chegará a hora na qual somente os que fizeram a vontade de Deus, que creram na força do amor, do bem, da verdade, da fraternidade, da fidelidade a Deus é que ouvirão: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” (Mt 25, 36).

De modo que, enquanto temos tempo, se somos fiéis, procuremos perseverar na fidelidade; se somos infiéis peçamos a Deus a graça da conversão e da fidelidade; se somos descrentes, peçamos a Deus a graça da fé; se estamos dominados por pecados e vícios, empenhemo-nos em crescer nas virtudes.

No momento presente Cristo é o Pastor que nos apascenta, que procura cuidar das ovelhas, que procura a ovelha perdida, que enfaixa a da perna quebrada, que fortalece a doente, que reconduz a extraviada. Ou seja, O Senhor não nos deixa faltar o seu cuidado, sua graça, sua bondade, sua misericórdia. Contudo, precisamos corresponder a esta graça, procurando reproduzir para com os irmãos os mesmos cuidados que o Senhor tem para conosco.

Quem se permite ser pastoreado por Cristo, não teme a sua vinda gloriosa, não teme a manifestação gloriosa da sua realeza. Na sua primeira vinda Jesus veio para salvar a todos os homens, na sua vinda gloriosa virá para julgar “todos os povos da terra”, “os vivos e os mortos”. “Ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos” (Mt 25, 32). Separará os justos dos injustos, os santos dos pecadores; os fiéis dos infiéis. Por ora, ambos caminham juntos, não compete a nós o juízo sobre ninguém. É o Senhor quem nos julgará a todos.

Na sua vinda gloriosa, no fim dos tempos, todos compareceremos diante do Senhor Juiz e Rei do universo. Uma vez que a ressurreição dos mortos precederá imediatamente a sua vinda gloriosa. Os justos, os benditos serão submetidos a um juízo de salvação. Enquanto os injustos, malditos, serão submetidos a um juízo de condenação.

Quanto a este dia e esta hora ninguém o sabe, somente compete a Deus. “Quando o Filho do homem vier em sua glória…” (Mt 25, 31). A experiência do juízo final, da vinda gloriosa do Senhor é uma iniciativa exclusiva de Deus, de modo que somente a Ele cabe saber o dia e a hora. Sendo assim, aqueles que se aventuram marcar dia e hora deste evento último e decisivo da história, são falsos profetas, como falsa é a doutrina que ensinam.

É o caso, por exemplo, do fundador dos Adventistas e da sua doutrina, Willian Miller, que fazendo cálculos estranhos, mediante uma errônea interpretação do livro de Dn, 2 e 8, previu que o mundo acabaria infalivelmente no intervalo entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844. Fizeram toda uma preparação, mas nada aconteceu. Depois um outro seu seguidor, Snow, remarcou a data para 22 de outubro do mesmo ano, nada aconteceu. Portanto, não devemos nos inquietar quanto ao dia e hora da vinda gloriosa do Senhor, antes deixemos ser guiados por Cristo pastor, por sua palavra, por sua doutrina, seus mandamentos. Agindo assim caminhemos com confiança para o glorioso encontro com Cristo, Rei e Senhor do Universo.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ez34, 11-12.15-17/ Sl 22(23)/ ICor 15, 20 – 26.28
Evangelho: Mt 25, 31 – 46

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