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quinta-feira, 18 abril, 2024 - 06:41 AM

V Domingo da Páscoa

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“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 5)

No tempo presente, todas as coisas criadas estão fadadas, a curto prazo, a caducarem, a envelhecerem. Por mais belas e potentes que sejam as coisas deste mundo estão destinadas à transitoriedade, pois “as coisas deste mundo passam”. Porém, o amor de Deus permanece para sempre.

É justo o amor de Deus que trouxe este mundo a existência que começa já agora a renovação do mesmo. Porque Deus o criou unicamente por amor, uma vez que não havia Nele nem fora Dele nada que o obrigasse a nos criar. Portanto, este mundo está destinado não à destruição, mas à renovação, para que surja “um novo céu e uma nova terra”.

Seria insensato da nossa parte pensar que Deus destruiria a obra de suas próprias mãos. Deus não age segundo a insensatez dos homens que, tantas vezes, destroem as obras de suas mãos e mesmo aquelas que são obras de Deus. Basta pensar na violência, sobretudo contra os fracos, na depredação ambiental, na corrupção nas suas diferentes formas, na degradação sexual, na guerra, na injustiça. Que mancham de sangue a obra boa que foi criada por Deus.

Se tem alguma coisa que está destinada à destruição é o mal. Este sim precisa ser eliminado, destruído. Tanto no mundo como em nossos corações. Enquanto que toda a realidade criada está destinada à renovação: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 5). O mal não se vence com o mal: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12, 21). Somente o bem pode vencer o mal. O bem e o amor são as armas que temos para vencer as ideologias dominantes do nosso tempo, que conduzem ao desprezo de Deus e ao desprezo do homem.

O bem supremo é Deus, por isso, somente Ele pode vencer o mal. Se também queremos vencer o mal precisamos estar unidos a Jesus Cristo pela graça, para que o seu amor, que vence o mal, possa habitar também em nós, e nos faça vencedores do mal pela via do bem.

Se somente o amor pode vencer o mal, ele está na base da renovação do mundo. Somente o amor de Deus derramado em nossos corações pode renovar o mundo, pode renovar nossa vida, nossa mentalidade. Porém, não se trata de um amor qualquer, mas o amor segundo aquela forma que foi estabelecida por Jesus Cristo: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34).

Somente o amor na forma do amor de Jesus Cristo é capaz de renovar o mundo, é capaz de vencer o mal. Porque é um amor que não procura os seus próprios interesses, é um amor que doa a vida, que se sacrifica pelo bem do outro. Amor que se encontra profundamente obscurecido em nosso tempo, pelo egoísmo, pelo individualismo e por tantas imposições ideológicas, que desviam o olhar das pessoas das grandes causas pelo bem comum. A fim de orientá-las para causas de cunho ideológico que beneficiam pequenos grupos que estão voltados apenas para o próprio umbigo. Não é por acaso que a nova santa brasileira, Irmã Dulce, dizia: “A pior de todas as misérias é a carência de amor”. Esta carência de amor é ainda a causa de tantas outras misérias.

Foi este amor, segundo a forma estabelecida por Cristo, que no passado, e hoje um pouco menos, impulsionou tantos cristãos a realizar a obra do cuidado dos doentes, dos hospitais, dos órfãos, das viúvas, dos pobres, dos marginalizados. Que sustentou o ministério de milhares de sacerdotes e religiosos até o fim de suas vidas. Que sustentou muitos casais cristãos na sua vocação ao custo do sacrifício da própria vida.

A atual substituição deste amor pela via do egoísmo, na vida de muitas pessoas, tem feito desaparecer a capacidade de doarem a própria vida pelas grandes causas: o sacerdócio, o matrimônio, a vida religiosa, a profissão. Aquelas causas que realizam o bem do outro. Enquanto empenham suas energias pelas lutas egoístas de cunho ideológico: de gênero, político, ecologismo e tantas outras ideologias que mantam o amor genuíno no coração das pessoas, cujo interesse é apenas cuidar do próprio umbigo.

A liturgia de hoje não deixa dúvidas, somente o amor na forma estabelecida por Jesus Cristo é credível, somente o amor renova todas as coisas. Enquanto que as ideologias egoístas e individualistas dividem e destroem. Somente o amor nos torna credíveis como discípulos de Jesus Cristo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). Quando nos dispomos ao amor de Deus contribuímos para a real renovação do mundo. Porque só o amor pode renovar o mundo. Renovar seu matrimônio, sua fé, seu sacerdócio, sua vocação religiosa, sua juventude…

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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