Jesus Cristo é a palavra que cria, forma, instrui, converte, transforma e salva a nossa vida
O Deus vivo que nos foi revelado em Jesus Cristo é o Deus da Palavra. Da Palavra que cria, que forma, que exorta, que converte, que transforma e salva. Uma palavra eficaz: “assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (Is 55,11).
Sem a palavra de Deus dirigida a nós não poderíamos viver, ou mesmo, sequer existiríamos. Somos o que somos pela palavra de Deus semeada em nossa vida. E a última e definitiva palavra de Deus dirigida à humanidade tem um rosto, é seu próprio Filho – Jesus Cristo: “Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho…” (Hb 1,1-2).
Jesus Cristo, o Filho, é a Palavra de Deus por excelência, Ele inaugurou os últimos dias. Para quem está Nele, hoje é sempre o último dia, o dia novo, porque Jesus Cristo é a autêntica novidade da vida do cristão. Enquanto os pagãos, os incrédulos e os ateus correm atrás das novidades mundanas, caducas criados pelo próprio homem; o cristão se alimenta da novidade perene, Alfa e Ômega, Jesus Cristo – Nosso Senhor.
Jesus Cristo é a palavra que cria, forma, instrui, converte, transforma e salva a nossa vida. Não sejamos de coração insensível diante Dele. Somente nos corações mornos e frios é que sua palavra não frutifica. Somente os corações mornos e frios, pensam que O Senhor não é essencial. Corações pedregosos, cheios de espinhos é que pensam que Deus não é essencial à vida do homem. Por isso, aproveitam do difícil contexto atual para relegar a fé cristã ao segundo plano, quando não, a um plano insignificante.
O que é essencial? Essencial é o que não pode não ser, é aquilo que, se não existisse, nada mais existiria ou teria sentido. Ou seja, em última instância, somente Deus é essencial, pois é o único ser que pode existir por si mesmo. Logo, sem Jesus Cristo não podemos viver. Sem a Palavra não podemos viver, sem a Eucaristia não podemos viver. Ela é o sol da humanidade, sem o qual a vida espiritual fenece.
A vida sem fé em Jesus Cristo, trata-se apenas de uma aparência enganosa de vida. “Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua dependência daquele que a sujeitou; também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus” (Rm 8,21). A vida em sentido pleno é dom de Jesus Cristo para o homem.
Quantas pessoas gastam sua vida, somente ocupadas com o que não é essencial. Aqueles que vivem assim, não se sentem impactados com as Igrejas fechadas no dia de domingo. Quem não se deixa comover pelo drama das nossas Igrejas fechadas, é porque o seu coração há muito tempo está fechado para Deus. Mas para aqueles que compreendem que Deus é fundamento das suas vidas este é um fato altamente provocador e sério, que interroga. Porque uma vida sem Deus, é como uma casa construída sem alicerce.
Aqueles que alicerçam suas vidas sem Deus preconizam o que está no Evangelho de hoje: “Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração Deste povo se tornou insensível…” (Mt 13,15). Sobretudo, insensível diante do sagrado, insensível diante de Deus, insensível diante a Igreja, insensível diante da fé.
Mas ainda estamos no tempo da misericórdia. É possível voltar-se para o Senhor. É possível deixar-se arrebatar pela Palavra divina, que tem poder para transformar a nossa vida e este mundo corrompido e marcado pelo sofrimento. O que é essencial ainda está ao nosso alcance. Busquemos o Senhor enquanto Ele se deixa encontrar (cf. Is 55,6), Nele encontramos descanso para nossas almas (Mt 11,29-30). Que este tempo faça crescer ainda mais nosso amor a Deus, à Igreja, à comunidade, à oração, aos sacramentos.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: Is 55,10-11 / Sl 64 (65) / Rm 8,18-23
Evangelho: Mt 13,1-23