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segunda-feira, 20 maio, 2024 - 11:47 AM

XXVI Domingo do tempo comum

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Tu que és um homem de Deus, foge das coisas perversas…” (ITm 6, 11).

Todo católico, em virtude do batismo foi constituído um homem de Deus, consagrado a Cristo, propriedade do Senhor, testemunha do evangelho. Assim, ser católico significa pertencer a Deus, por a nossa vida por inteiro à serviço Daquele que entregou sua vida na cruz em sacrifício para a nossa salvação.

Ser homem de Deus, uma mulher de Deus, implica nalgumas qualidades irrenunciáveis, que se encontram enumeradas em ITm 6, 11-16. Em primeiro lugar um homem de Deus foge das coisas perversas: a maldade, a mentira, a violência, a jogatina, pornografia, sodomia, a droga, o roubo, o adultério, a fornicação, o alcoolismo. Pertença a Deus e tais perversidade não podem andar juntas. É preciso fugir destas desordens como quem foge da morte e do inferno.

O homem e a mulher de Deus procuram a justiça e a piedade. O homem justo segundo o evangelho é aquele que confia nas promessas divinas, aquele que obedece às leis e os mandamentos de Deus. Não é por acaso que estamos numa sociedade profundamente injusta. Seja porque promulga leis injustas, como o aborto, o divórcio, uniões sodomitas, seja porque não se respeita as leis que são justas. Mas sobretudo, porque despreza as leis e os mandamentos divinos.

Nosso Senhor Jesus Cristo somente pode reinar lá onde reina a justiça e a piedade; lá onde encontra homens e mulheres dispostos a viver segundo os seus mandamentos e a levar uma vida de piedade. Ou seja, levar uma vida inclinada para Deus, não para o mau, não para o pecado. O piedoso é aquele cuja vida está inclinada para Deus.

O homem de Deus, o católico é aquele que procura a fé, o amor, a firmeza e a mansidão. Pois como preconiza a Palavra: “Ora, sem a fé é impossível ser-lhe agradável” (Hb 11, 6). E a fé que agrada a Deus é aquela que é celebrada nos sacramentos, rezada no Pai-nosso, testemunhada na Profissão de fé (o Creio) e vivida segundo os mandamentos. Um mundo cada vez mais sem fé é um mundo cada vez mais sem esperança.

A fé que professamos com a boca há que ser testemunhada no amor, na caridade. E o maior ato de caridade é a detestação do pecado por amor a Deus. Depois se estende também ao amor ao próximo, no compadecer-se das suas dores, sua pobreza, sua fome, suas feridas, sua falta de fé.

A ausência da caridade pode nos conduzir ao inferno, a “um lugar de tormentos”. Como vimos no evangelho, o rico não foi condenado por ser rico, mas por sua indiferença, manifestada na incapacidade de ver o pobre Lázaro que estava aí, todos os dias, na porta da sua casa, comendo migalhas. Enquanto isto o rico se banqueteava despreocupadamente.

A caridade infusa em nossos corações que nos dá condições de sentir compaixão diante do sofrimento alheio. Quando o sofrimento dos outros não nos diz mais nada estamos nos perdendo de Deus, do caminho da salvação, nos perdendo de nós mesmos.

O homem de Deus “combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna…” (Itm 6, 12). Não podemos simplesmente abdicar da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, abandonar a Igreja de Cristo devido aos ataques do mundo, aos escândalos ou por causa dos nossos próprios pecados. Estas realidades nos colocam diante da urgência da conversão, nossa e dos nossos irmãos.

A permanência na fé que um dia recebemos no batismo, que nos inseriu na Igreja, Corpo místico de Cristo, Família de Deus, depende também de uma resposta nossa. Não podemos simplesmente ficar de braços cruzados vendo nossa fé ser atacada de todos os lados, sem combater o bom combate da oração, do testemunho, do apostolado, da fidelidade, da comunhão fraterna com os irmãos, do socorro aos pobres, de procurar sair da ignorância, procurando conhecer a fé da Igreja que nos gerou para Cristo, que nos gerou para a salvação.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Am 6, 1a. 4-7/Sl 145 (146)/ ITm 6, 11-16
Evangelho: Lc 16, 19-31

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