XXVII Domingo do tempo comum

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“Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

A fé é uma graça de Deus que recebemos da Igreja no dia no qual fomos batizados. A fé é como que uma porta que se abre para nós dando-nos acesso à vida de Deus, colocando-nos num caminho de salvação. De modo que sem fé não podemos viver em comunhão com o Senhor, nem ser-lhe agradável.

Mas sabemos, por experiência própria, que tantas vezes a nossa fé é pequena, é vacilante, insegura. Daí que tantas vezes nos encontramos como os apóstolos que pedem para o Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5).

Os apóstolos compreendem que Nosso Senhor, não somente é o autor da fé, mas sabem que também é Ele que pode fazer a nossa fé crescer, aumentar. Por isso que longe de Cristo, sem vida sacramental, sem oração, sem desejo sincero de conversão e, sobretudo sem eucaristia, nossa fé desfalece. Em muitos casos, até mesmo se perde.

A Eucaristia é Cristo vindo ao nosso encontro em corpo, alma e divindade. De modo que quem se distancia da eucaristia, se distancia de Cristo, o autor da fé, Aquele que pode fazer a fé crescer. Não é por acaso que um dos primeiros sinais que um católico está perdendo a fé é o seu afastamento da comunhão frequente, sobretudo no domingo (dia do Senhor), dia da fé por excelência, dia da Eucaristia.

Se quisermos aumentar, fazer crescer a fé que um dia recebemos no batismo, comecemos por um compromisso irrenunciável com a missa dominical, com a oração diária, com a comunhão de vida com os irmãos que professam a mesma fé. Ademais, temos que ter a prudência de não expor nossa fé a perigos. Por exemplo, lendo literaturas anticatólicas, se ocupando com doutrinações ideológicas e estranhas a fé, frequentando cultos e encontros de doutrinação protestante; aceitando enviados das diversas seitas atacar a sua fé dentro de sua própria casa. Aquele que expõe a sua fé a tais perigos certamente a perderá.

Hoje são muitos que se deixam arrastar pelos pecados contra a fé: o cisma, a heresia e a apostasia. O cisma consiste na “recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos” (CCE 2089). É o caso por exemplo das Igrejas ortodoxas orientais que conservam a integridade da fé cristã, mas rejeitam a autoridade do Santo Padre.

A heresia por sua vez é “a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade” (CCE 2089). É o caso de tantas pessoas que se dizem católicas mas não creem na presença real de Cristo na Eucaristia, negam o valor do sacramento da confissão, negam o sacerdócio ministerial, negam a indissolubilidade do matrimônio, negam que a Igreja tenha sido fundada por Nosso Senhor.

Enquanto que a apostasia trata-se “do repúdio total da fé cristã” (CCE, 2089). É caso daqueles que pertencendo à Igreja de Cristo a abandonam para seguir seitas, ideologias, ateísmo, indiferença, protestantismo e tantos outros descaminhos de fé. É preciso, pois, vigiar para que não venhamos a perder a fé. Porque quem perde a fé perde-se de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Lembremos a advertência da Palavra de Deus: “Ora, sem a fé é impossível ser-lhe agradável. Pois aquele que se aproxima de Deus dever crer que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11, 6). Ou seja, quem não tem fé considera Deus um mentiroso, pois prefere, obedecer às mentiras formuladas pelos homens, do que colocar-se num caminho de obediência a Deus que se nos revelou em seu Filho Jesus Cristo.

Ademais perder a fé é perder-se do caminho da salvação, pois como preconizou o Senhor no seu anúncio: “Aquele que crer e for batizado será salvo” (Mc 16, 16). Fé é batismo são necessários à nossa salvação. A fé que recebemos no batismo precisa ser professada na vida, em comunhão com a Igreja, no testemunho da caridade.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Hab 1, 2,2-3; 2, 2-4/Sl 94/II Tm 1,6-8.13-14
Evangelho: Lc 17, 5-10.