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terça-feira, 23 abril, 2024 - 13:59 PM

XXXII Domingo do Tempo Comum

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Eu creio na ressurreição da carne…

Eu creio na ressurreição da carne”, com esta afirmação a Igreja, desde os primórdios professa a sua fé na vitória de Jesus Cristo sobre a morte, como primícia daqueles que haverão de ressuscitar para a vida eterna. Desde aquela manhã, do primeiro dia da semana, em Jerusalém, no qual algumas mulheres encontraram o túmulo do Senhor vazio, ecoa para os homens uma esperança, a morte foi vencida, “O Senhor ressuscitou”.

Por nós mesmos não poderíamos nunca vencer a morte. Nesta vida, sabemos que mais cedo ou mais tarde ela, a morte, vai bater à nossa porta, porque todos estamos sujeitos a ela. No entanto, como certa é a morte, certa é a promessa de ressurreição que temos em Jesus Cristo.

Para quem pertence a Jesus Cristo a morte não é a última palavra, pois, como afirma são Paulo: “se morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos!” (Rm 6, 8). Esta verdade de fé nos recorda que não podemos desprezar o corpo porque está destinado à ressurreição. Mas também não podemos inclinar-se aos instintos carnais inscritos no corpo, pois este também foi feito para a eternidade, para Deus. É homem inteiro, corpo e alma, como ser pessoal que está destinado à glória dos céus. Foi fiado nesta fé que tantos mártires do passado e do presente não excitaram em entregar suas vidas antes de rejeitar a Jesus Cristo. Movidos pela mesma esperança que moveu os irmãos macabeus: “Prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará”. (IIMc 7, 14)

Em Cristo viveremos para sempre, embora, neste mundo ainda estejamos sujeitos à morte, pela graça reside em nós a vida que vem de Jesus Cristo. Temos uma única vida neste mundo, como afirma o Catecismo da Igreja Católica: “A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado ‘o único curso de nossa vida terrestre’, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. ‘Os homens devem morrer uma só vez’ (Hb 9, 27). Não existe ‘reencarnação’ depois da morte” (CIC, 1013).

A reencarnação é uma doutrina pagã, já presente no hinduísmo e em algumas correntes da filosofia antiga, sob a forma da doutrina da transmigração das almas. E que nos últimos séculos foi retomada pelas correntes espíritas. Porém, trata-se de uma doutrina completamente estranha à fé cristã e distinta da ressurreição. É preciso afirmar com toda clareza: ressurreição não é reencarnação, e a reencarnação por sua vez não é uma doutrina cristã. Pela ressurreição estamos destinados à comunhão definitiva com Deus. Nosso futuro, em Jesus Cristo, não é se tornar indeterminadamente um espírito ambulante peregrinando de corpo em corpo, como se este fosse uma roupa que vou substituindo a cada fase da existência. Nosso futuro, em Jesus Cristo, é a comunhão pessoal com Deus.

Partindo da Palavra de Deus, compreendemos que temos uma única existência, uma única vida e uma única morte, uma única ressurreição. A ressurreição nos dá uma esperança, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade diante da vida. A esperança que, em Jesus Cristo, ressuscitaremos para a vida eterna. A responsabilidade de assumir nossos atos neste mundo como escolhas que tem consequências eternas.

Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele” (Lc 20, 38). Quem vive para Deus nesta vida, também viverá para Ele e Nele eternamente. A ressurreição não é uma conquista do homem, mas um dom sobrenatural dado a nós por Jesus Cristo. Que ao nos deixar o seu corpo, sangue, alma e divindade na Eucaristia nos alimenta com sua própria vida, vida que a morte não pode mais por fim: “Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6, 51). Comungar é participar da vida do Ressuscitado, que vive para sempre.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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