Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 117 [118], 24). O Senhor preparou um dia para o homem – o Domingo – Dies domini, dia do Senhor. Que é a antecipação do dia eterno que esperamos. Um dia que foi pensado por Deus para o homem, para que neste dia o homem pudesse pensar mais intensamente em Deus e na sua salvação. Para ser dia de exultação e de alegria. Dia de Deus e para Deus, dia do homem.

Diante disso cabe-nos uma revisão de como temos vivido o domingo. A fim de averiguar se as coisas que nos ocupam neste dia tem nos oferecido aquilo que Deus quis, quando pensou este dia para homem como tempo de exultação, alegria, descanso, louvor e ação de graças.

O domingo de Deus, o domingo do homem, o domingo do padre. O domingo foi pensado por Deus para ser o dia do louvor, para a ação de graças, para a adoração, para a impetração, para a intercessão, para a convivência familiar e comunitária, para a Eucaristia, para a ressurreição. Para ser um dia mais intenso para o serviço de Deus e dos irmãos. A Eucaristia constitui o coração do domingo e o coração da vida dos discípulos de Jesus.

Ir à missa aos domingos é dizer sim a Deus, que renova, nutre e mantém a vida da graça em nós. Abandonar deliberadamente a Eucaristia dominical é dizer um não a Jesus Cristo, que quis que os seus discípulos, reunidos como igreja, na assembleia dominical, realizasse aquilo que Ele pediu em sua memória: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22, 19). Sentir-se atraído e comprometido com a missa dominical é uma questão de obediência à vontade de Jesus Cristo. Viver a missa dominical é entrar na obediência à vontade do Senhor.

Sem a Missa dominical não há domingo no sentido cristão, mas um mero fim de semana pagão. Sem tempo para Jesus Cristo, para a vida de fé, para a família, para o descanso, para a oração, para a caridade, não há domingo. Quantos católicos vivem o seu domingo de forma pervertida, como o dia dos excessos, da sujeição aos vícios e aos ídolos mortos, à maneira dos pagãos, como um dia de morte não de vida.

O domingo vivido na Eucaristia, e à partir dela, liberta o homem da escravidão do trabalho, da matéria, dos ídolos, do isolamento, dos vícios, da tristeza, da solidão e do vazio existencial. É a Eucaristia, a presença de Jesus Cristo que conserva a alegria e a exultação no coração humano. “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 117 [118], 24).

Por fim, o domingo é o dia privilegiado da manifestação do ressuscitado, da vitória, da vida sobre a morte (cf. Mc 16, 14). Desde muito cedo o domingo é o dia dos discípulos se reunirem em assembleia entorno do Senhor ressuscitado presente na Eucaristia, para fazerem memória da morte e ressurreição: “No primeiro dia da semana estando nós reunidos para a fração do pão…” (At 20, 7).

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF