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quinta-feira, 16 maio, 2024 - 12:33 PM

Apresentação do Senhor – IV Domingo do Tempo Comum

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“Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 12)

Diante das bem-aventuranças é impossível não compreender que o Bem-aventurado por excelência é próprio Jesus Cristo. Cujo espírito estava unicamente inclinado para o Pai, que experimentou aflição do abandono na cruz; que não respondeu com violência diante dos seus algozes, mas agiu com mansidão. Que tinha fome e sede de justiça, sob a forma do cumprimento da vontade do Pai; que manifestou ao mundo o rosto misericordioso de Deus. Cuja pureza de coração o impelia a amar pessoas com total liberdade, sem dependência ou espírito de dominação, porque seu coração era puro. Que promoveu a paz, mas recebeu como resposta a perseguição e a violência.

Cristo é, pois, o Bem-aventurado, cuja única riqueza era o amor e a comunhão com o Pai. Neste mundo recebeu somente desprezo, indiferença, abandono. Mas seu olhar estava voltado para o Pai, seu único bem, sua única riqueza e recompensa, que nada neste mundo podia lhe tirar.

Tornamo-nos bem-aventurados com Jesus Cristo na medida em que nossa fidelidade a Deus não dependa de recompensas terrenas. Com a condição que nossa relação com Deus não se reduza numa postura interesseira na busca da satisfação das nossas necessidades imediatas. Não é que Deus esteja indiferente às vicissitudes humanas neste mundo, que Ele anima e orienta com sua providência. Mas a recompensa que esperamos de Deus é para o céu, para toda a eternidade. Embora Deus não nos deixa faltar ainda nesta vida as graças da sua consolação em meio às aflições.

Quando tiverdes que padecer injúrias e perseguições pela sua fidelidade ao evangelho, pelo seu comprometimento com a transformação do mundo à luz do agir de Jesus Cristo, “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 12).

A grande recompensa dos bem-aventurados, daqueles que não se deixam vencer pela ambição, pela tirania do mundo, que procura impor ao homem uma servidão às criaturas, é o próprio Deus. Neste sentido, é uma recompensa que pode ser antecipada pela fé. Pois aqueles que creem, pela fé, já neste mundo pertencem a Deus e Deus lhes pertence.

Deus é a recompensa dos bem-aventurados, tanto nesta vida como na outra. De modo imperfeito nesta vida e de modo perfeito no mundo vindouro: “Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido” (ICor 13, 12).

Viver segundo o espírito das bem-aventuranças passa por assumir a vida como se tudo dependesse de nós, na certeza que, na verdade, tudo depende de Deus. Mesmo quando as realidades mundanas se apresentam com toda ostentação, com violência, com insolência, com ofertas de alegrias momentâneas, não devemos temer. A alegria do crente vem das recompensas de Deus. Uma alegria que não passa, porque Deus não passa nunca.

Por fim quem espera a recompensa que vem de Deus, não tem necessidade de mendigar, de vender-se, de corromper-se na busca desenfreada pelas recompensas passageiras do mundo. Os bem-aventurados que são os pobres em espírito, usam de modo sóbrio dos bens deste mundo, enquanto esperam com alegria a recompensa eterna que vem de Deus.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ml 3,1-4 / Sl 23 (24) / Hb 2,14-18
Evangelho: Lc 2,22-40

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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