Sexta-feira da XII Semana do Tempo Comum
Evangelho – Lucas 15,3-7

O desencanto conflituoso com o mundo

Em meio a este mundo onde o conflito ganha palco, os pessoas vivem desalentadas, as instituições sofrem cada vez mais um desprestígio, as autoridades não conseguem se impor por seus ofícios, os limites territoriais se tornam comuns, nem que seja tão somente pela abrangência das mídias sociais, o povo vive sem expectativas futuras. Para todo Norte que se volta consegue-se enxergar desajustes. Com isso, ficam desencantados do mundo.

Jesus Cristo, nos Evangelhos, vendo seu povo imerso a todas insídias mundanas diz que seus filhos estão “como ovelhas sem pastor, perdidas” (Cf. Lc 15,3-7). Algumas pessoas se perdem ainda mais quando se alvora do direito de liberdade e se deixam contagiar por ideias que desprestigiam sua capacidade racional direcionada ao absoluto. Querem por suas capacidades intelectuais serem autossuficientes.

Estas distorções foram denunciadas pelo Papa Francisco na “Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate” chamadas de “neo-gnosticismo” e “neo-pelagianismo”. Ambas, por caminhos semelhantes, sufocam e deformam o Evangelho do amor gratuito de Deus com uma afirmação proponente do ser humano: sua racionalidade e suas capacidades intelectuais (gnosticismo) e sua força de vontade e sua capacidade técnica, rejeitando a graça de Deus pela autossuficiência (pelagianismo) (cf. GeE, n. 52, 2018).

São tantas as questões humanas que geram dores na vida do povo, como também são muitas as formas que Deus usa para dar-lhes oportunidade de vida.

A Profecia de Ezequiel já mostra a grande preocupação de Deus pelas suas criaturas: “Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar – oráculo do Senhor Deus.
Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada,
fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito” (Ez 34,15-16). O Evangelho com sua pedagogia mostra que é necessário se alegrar com cada irmão que se encaminha: “Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria,
e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!”(Lc 15,6).

Os conflitos gerados na vida das pessoas a partir do momento em que elas se imergem em suas escolhas e se perdem por não ter um referencial na vida, principalmente Deus, trás flagelos como a falta de sentido para a vida e esvaziamento que conduz ao sofrimento existencial. Então, se apegar ao Sagrado evita sucumbir diante das fracassadas tentativas artificiais que o mundo moderno oferece.

Pe. Joacir S. d’Abadia
Pároco da Paróquia São José e Adm. da Paróquia Santa Luzia
Formosa-GO