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segunda-feira, 20 maio, 2024 - 06:45 AM

II Domingo de Páscoa

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“Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20, 29)

Ainda estamos saboreando a alegria das festas pascais, que nos permitiram ser tocados intensamente pelos mistérios de Deus, das grandes celebrações da semana santa. Estes eventos nos ajudam a robustecer a nossa fé, porque através deles a Igreja testemunha o Senhor vivo e ressuscitado, nos permitindo encontrar a Cristo com uma esperança sempre renovada.

Sabemos que crer, neste mundo marcado por uma indiferença profunda é uma Bem-aventurança, é dom de Deus, um autêntico milagre. Mas afinal, por que cremos em Nosso Senhor? Vimos na Palavra de Deus que os discípulos creram porque viram o Senhor ressuscitado. Tomé que não estava presente, portanto não viu o Senhor, não acreditou, dizendo: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25).

De modo que somente existem duas realidades que podem nos conduzir à experiência da fé em Nosso Senhor: o testemunho de outro ou se tivermos uma visão do Senhor. Entre aqueles que testemunham o Senhor a Igreja ocupa o primeiro lugar. Se cremos em Cristo é graças ao testemunho da Igreja e de muitos irmãos que nos precederam na fé.

Assim como nós dependemos do testemunho da Igreja para crer em Jesus Cristo, muitos irmãos dependem do nosso testemunho para crerem no Senhor. Não podemos guardar a alegria de pertencer a Cristo, de ter sido alcançado por sua misericórdia, por sua ressurreição somente para nós.

Não é por acaso que, depois de ter se revelado aos discípulos Jesus lhes concede o dom da paz, o dom do Espírito Santo e lhes confia a missão de torna-Lo conhecido e presente no mundo: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20, 23).

Estes são os grandes frutos da ressurreição do Senhor: o dom da paz, do Espírito Santo e do perdão dos pecados. Em suma o dom de uma vida nova, como um novo Espírito. Esta é a missão da Igreja no mundo, comunicar a paz ao nos comunicar Cristo, Ele é a nossa paz. Comunicar-nos o Espírito santo no batismo e a sua efusão no sacramento da Crisma, e conceder-nos o perdão dos pecados no sacramento da confissão.

Felizes são, pois, os que creem, que tem fé, que são destinatários destes dons. Assim compreendemos que crer é participar da vida de Cristo na sua Igreja. Fé no Senhor ressuscitado e pertença à Igreja andam juntas. Certamente não vimos o Senhor ressuscitado, como os primeiros discípulos puderam ver. No entanto, cremos pelo testemunho da Igreja. Esta é nossa bem aventurança: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20, 29). Não vimos, mas cremos pelo testemunho da Igreja.

Sem o testemunho da Igreja não podemos chegar a Cristo, não podemos ter acesso a esta bem-aventurança. Não é por acaso que a Igreja existe para dizer Cristo, para dá-Lo a conhecer, para transmitir o dom da sua vida divina através dos sacramentos, para nos anunciar a sua vontade através do anúncio credível da sua Palavra santa.

Talvez muitos resistam em crer porque não veem o Senhor, porque se escandalizam com os pecados de muitos filhos da Igreja ou porque simplesmente querem viver uma falsa autonomia. Certo que não podemos ver o Senhor, mas podemos encontra-Lo no testemunho ininterrupto da Igreja, no testemunho credível dos mártires, dos santos, que com sua vida deram e dão a conhecer ao mundo o rosto luminoso do Senhor ressuscitado, vencer do pecado e da morte. Nele temos vida e ressurreição.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: At 2, 42-47/Sl 117 (118)/IPd 1, 3-9
Evangelho: Jo 20, 19-31

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