Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

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Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor

Eis o anúncio de uma grande alegria, de uma Boa Nova: “Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Entre tantos natais, há um Natal que muda o rumo do mundo, que muda a história que a partir de então passou a ser dividida entre antes e depois de Cristo. Como bem também poderia se dizer, antes e depois da salvação, antes e depois da manifestação da graça ou antes e depois da Luz.

Nunca houve nem jamais haverá na história algum outro nascimento como o de Jesus, que se deu pela “ação do Espírito Santo no seio da Virgem Maria”. O nascimento do Menino Deus foi a irrupção da Luz dissipando todas as espécies de trevas que habitam este mundo. O que o profeta Isaías expressa com as seguintes palavras: “O povo, que andava na escuridão viu uma grande luz; para os habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9, 1).

É bem verdade que este mundo ainda segue profundamente marcado por trevas, sobras e escuridão. Mas estas não reinam soberanas, pois em Nosso Senhor Jesus Cristo, temos acesso à Luz, à Graça, à Salvação. Porque o nascimento do menino marca o início irrevogável da salvação. Somente permanece nas trevas aqueles que rejeitam a Cristo, Luz do mundo.

Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Este hoje significa que o Natal do Menino Deus não ficou perdido no tempo, mas estende os seus frutos até os nossos dias. Também hoje podemos, pela fé, participar da festa da salvação. Aquela mesma alegria que cumulou o coração da Virgem Maria, de São José, dos Pastores, dos Anjos, está ao nosso alcance se tivermos fé. Não esqueçamos nunca o que Izabel disse a Maria por ocasião da sua visitação: “Feliz aquela que acreditou” (Lc 1, 45). Também seremos felizes ser crermos no mistério da encarnação do Filho de Deus que celebramos nesta noite santa.

O Natal é a mais elevada manifestação da bondade de Deus. De modo que sem este acontecimento não conheceríamos o que é o Bem, a Bondade, a verdade. Esse bem consiste no fato de Deus ter se feito um de nós, para nos libertar do poder do demônio, do pecado e da morte.

O Natal é a manifestação da verdadeira Luz, Aquela que jamais se apagará. É “o intercâmbio de dons entre o céu e a terra”. Pois com a encarnação do Verbo, Deus nos deu a possibilidade de participar da sua divindade, enquanto assumiu a nossa humanidade.

Com seu Natal o Senhor veio ao nosso encontro e não veio de mãos vazias, veio trazendo graça e salvação. “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens” (Tt 2, 11). Isto é o que o Senhor tem para nos oferecer. Como podemos agradecer por ter recebido tão inestimáveis dons? São Paulo responde: “Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo, com equilíbrio, justiça e piedade” (Tt 2, 12).

Assim, haverá Natal lá onde Cristo é acolhido, lá onde os homens se abrem à graça da salvação, pela manifestação de uma vida equilibrada, simples. Equilíbrio que é o resultado Haverá Natal lá onde se procura viver com justiça. Aqui entenda-se justiça como a fidelidade às promessas de Deus. O homem justo, à exemplo de São José, é aquele que fiando-se nas promessas divinas, adere com obediência sincera aos seus mandamentos, à sua vontade.

Por fim, haverá Natal lá onde se procura viver com piedade. Ou seja, uma vida inclinada para Deus. Uma vez que, o homem piedoso, é aquele cuja, vontade, pensamento, coração estão inclinados para Deus. Com equilíbrio, justiça e piedade nos abrimos à vinda do Salvador, hoje a salvação se coloca ao nosso alcance. Pois também hoje o Salvador quer nascer na vida de cada um dos seus fiéis, para aí realizar uma obra de salvação.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 9, 1-6/Sl 95 (96)/Tt 2, 11-14
Evangelho: Lc 2, 1-14