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quinta-feira, 9 maio, 2024 - 15:07 PM

XXVI Domingo do tempo comum

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“Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá…” (Ez 18, 28)

Como concluiu o Papa Bento XVI, na Encíclica Deus Caristas est, n. 1: “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá vida um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo”. Deste encontro, se deixarmo-nos mover por Cristo, se desencadeia em nós dois processos importantíssimos: o arrependimento dos nossos pecados e a fé.

Não podemos encontrar-se com Cristo Senhor e continuar percorrendo os mesmos caminhos. Já no início da pregação do evangelho o arrependimento e a fé constituíam o núcleo central do anúncio: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).

O pecado é morte, é inimizade com Deus. De modo que o arrependimento passa pela ruptura com o pecado e pelo retorno à amizade com Deus. Não é possível cultivar simultaneamente a amizade com o mundo e com Deus. Ou somos amigos de Deus e inimigos do mundo, ou somos amigos do mundo e inimigos de Deus. Aqui vale ressaltar, que mundo significa tudo aquilo que se opõe a Cristo e ao seu evangelho.

Hoje há um crescente número de pessoas que querem seguir Cristo, querem entrar e pertencer à Igreja, mas querem, por outro lado, conservar sua vida mundana, seus costumes pagãos. Agir assim é portar-se como o segundo filho do evangelho que disse exteriormente sim ao pedido do seu pai, enquanto, na prática fez o que quis fazer – não foi trabalhar na vinha.

Não podemos dizer sim a Cristo, ao seu evangelho, à Igreja com a boca, enquanto o negamos com a vida. Temos que suplicar a Deus a graça do arrependimento de todos os nossos pecados, de todas as nossas impiedades, para que assim encontremos o caminho da verdadeira vida: “Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá” (Ez 18, 28).

O arrependimento sincero dos pecados conduz a fé a sua consolidação, a sua maturidade. Crer é aderir à vontade e autoridade de Nosso Senhor. É professar com a boca, com o coração e com a vida: “Jesus Cristo é o Senhor!”. Somente a Ele serviremos.

O arrependimento e a fé nos introduzem no Reino dos Céus. Aqueles se arrependem e creem tem precedência no Reino dos Céus. A exemplo dos cobradores de impostos e das prostitutas que, embora tivessem cometido pecados gravíssimos, deixaram se atrair por Cristo e mudaram radicalmente o rumo das suas vidas.

Enquanto que os sacerdotes e os anciãos, que eram entendidos da Lei, não se abriram à graça do arrependimento e da fé em Cristo, devido a dureza dos seus corações. Não basta que julguemos ser justos, precisamos sê-lo de fato. Não basta ser justo por um tempo, é preciso perseverar na justiça. E a justiça do cristão é a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, a confiança nas suas promessas, que jamais falharão.

Há muitos que são virtuosos, ‘justos’, porém, confiam somente em sua própria justiça. Há muitos que são ímpios, mas iluminados pelo Palavra de Deus, choram amargamente os seus pecados e se colocam num caminho de conversão. Se somos ‘justos’, peçamos ao Senhor que nos ajude a perseverar na justiça e nos convertamos da nossa falsa justiça para a justiça do evangelho. Se somos ímpios, peçamos ao Senhor a graça do arrependimento e da fé que nos abre o caminho da vida.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ez 18, 25 -28/ Sl 24/ Fl 2, 1-11
Evangelho:Mt 21, 28 – 32

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